terça-feira, 22 de setembro de 2009

3° Cap. - Amanhã

Eu estava seguindo para aquele lugar cheio de luzes e ótimos cheiros. Olhei para trás e ainda a vi, olhando para um livro, com os olhos cheios de curiosidade. Parei em um momento ali no meio, e a olhei. Voltei para perto dela e a cutuquei..
- Quer ir "almoçar" comigo?
- Está falando comigo? - Disse ela, curiosa
- Sim, com você mesmo. Não quero almoçar sozinho, e adoraria sua compania!
- Bom, já que insisti. - Ela riu
Estavamos indo ao encontro das luzes e dos ótimos cheiros. Descobri bastante coisas sobre a vida dela. Bom,seu nome era Aline, ela estava estudando para ser psicóloga, tinha 22 anos, morava sozinha, não tinha namorado, nem filhos, seus pais moravam no Rio! Ela ao dizer que os pais moravam no Rio, meu coração apertou. Um buraco abriu no meio do meu peito, talvez seria a minha Juliana, ou talvez apenas uma ilusão. Ela perguntou sobre minha vida, e eu não sabia o que falar. O que eu iria falar? "Oi, meu nome é Vitor, namorei a Juliana na minha vida passada e estou a procura dela de novo." Não, eu não podia falar isso! Apenas disse que depois comentária, um pouco, sobre a minha vida. Ela parou na frente de um tal de "Burger King", fiquei admirando aqueles lanches enormes, cheios de coisas por dentro, e as pessoas orgulhosas por comerem. Eu não me senti muito avontade com aquilo, mas tive que comer, estava com fome, e a Aline queria mesmo comer aquela coisa enorme! Peguei meu dinheiro, entrei na fila, comprei o menor sanduíche que havia, comprei uma tal de "Coca-Cola" e os devorei. Aline parecia empolgada com o almoço, mesmo sendo mais de 16:30 da tarde. Eu sabia que as 19:00 teria que inventar alguma desculpa para poder voltar ao meu eterno Paraíso. Fiquei pensando em como eu iria falar para ela que teria que ir embora, talvez sumir por algum tempo. Esperei ela terminar de devorar seu sanduíche e disse que as 19:00 estava com um compromisso marcado, e isso seria todos os dias! Ela não entendeu muito bem, não.
- Você não tem um celular? - Perguntou ela, curiosa
- Não, não tenho. Na verda...
- Na verdade o que?
- Nada, deixa pra ela.
Ficamos conversando e rindo por muito tempo, tomamos um sorvete, que ela o descreveu como Mc Flurry, não entendi nada! Deu 18:54 eu disse que deveria ir embora, pois meu compromisso logo chegaria, marquei de encontra-la amanhã, ás 15:55 no Burger King, agora eu já sabia o nome. Agora as ruas da Paulista eram lotadas, até demais. Eu resolvi ir direto ao meu ponto de chegada, uma rua estreita e sem muito movimento. Pedi para ele que me levasse novamente para o meu eterno Paraíso. Ele me levou e o agradeci por me dar aquela ÓTIMA tarde. Resolvi me "deitar" e olha-la lá de cima, era como se ela fosse um anjo, toda perfeita. Resolvi que amanhã iria procurar minha Juliana de qualquer jeito!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

2° Cap. - Talvez amanhã.

Desci lentamente para São Paulo, estava do mesmo jeito que 102 anos atrás, apenas mais jovem, no máximo 23 anos. Desci na Paulista, minha mãe já no céu, me avisou. Tentei perguntar á algumas pessoas alguma informação ou algo do tipo, mas as pessoas são tão grosseiras na atualidade. Sentei na frente de um shopping, as pessoas passavam por lá sérias, com mau humor, uma roupa formal, algumas com pastas nas mãos, me olhavam feio, como se eu fosse um animal desconhecido. Eu estava com bastante dinheiro no bolso, resolvi comprar algo da época, e não vestir algo de 102 anos atrás! Cheguei em uma loja aonde algumas roupas me chamaram bastante a atenção. Eram coloridas demais! Calças vermelhas, blusas com decotes em V, meio decotadas, tênis coloridos com um simbolo estranho do lado. Entrei na loja e fiquei admirando as cores. Logo uma atendende veio ao meu encontro e me perguntou o que eu queria. Falei para ela pegar o que ela achava que ficaria melhor em mim. Ela pegou uma blusa branca com um decote em V, uma calça susta meio azul desbotada, e um tênis preto com o cadarço verde limão e alguns desenhos estranhos. Eu não me senti avontade com aquela roupa! Bom, mas o que eu poderia fazer? Estava na moda, eu acho. Se eu não me adaptasse eu não iria reencontrar minha Juliana novamente, aquilo me conformou. Eu comprei as roupas, entrei em um banheiro, me troquei e deixei as roupas velhas no canto do banheiro, sai como se nada tivesse acontecido. Meu estômago estava roncando e eu precisava comer! Parei por um segundo e olhei uma bela moça de óculos e precisei me informar.
- Com licença, mas, aonde eu posso me alimentar? - Disse, curioso.
- Bom, ali, bem ali! - Ela apontou o dedo para uma praça cheia de luzes.

1° Cap. - Procura-se meu amor.

Encontrei a Juliana a mais ou menos 102 anos atrás. Sim, em uma vida passada! Eu me lembro exatamente como era minha Juliana e como nos conhecemos. Eu vou dizer, ela era perfeita. Morena, a pele clara feito neve, os olhos azuis igual o céu ensolarado, a pele quente e macia, os lábios carnudos e no formato de uma boca de boneca. Realmente, vamos a concordar, ela era perfeita, não era? Bom, como nos conhecemos? Hmmmmm... Foi perfeito, também! Quer dizer, mais ou menos, não muito agradável. Estavamos no futuro sambódramo do Rio de Janeiro. Um lugar incrível, cheio de samba, mulheres, danças, abraços, risos, beijos, e entrem todas as mulheres apenas uma me chamou a atenção, lógicamente a Juliana. Ela estava na última fileira da arquibancada, sentada com a cabeça baixa, olhando para o chão, parecia pensativa, como se não houvesse música, nem nada. Ela levantou a cabeça e olhou pros lados, os olhos azuis brilharam sobre as luzes e ela novamente abaixou a cabeça. Eu resolvi ir ao encontro dela. Sentei ao lado dela como se não quisesse nada, ela levantou a cabeça e se virou pra mim.
- Oi - Disse ela em uma voz calma, suave e com uma incógnita na testa
- Oi. Porque não está no meio desse Carnaval todo? - Disse á admirando por inteira
- Não estou nessa felicidade toda. Me deixaram plantada, como uma árvore seca no meio de belas árvores grandes e amadurecidas - Disse ela abaixando a cabeça
- Calma! - Disse levantando a cabeça dela - Levar um "bolo" é quase normal. Mas não entendo uma coisa.
- O que? - Disse ela curiosa
- Como deixaram essa mulher tão linda plantada?
Ela ficou sem graça e assim passamos a inauguraçao do Carnaval inteiro, juntos e pulando de alegria. Em Julho começamos a ter quase um relacionamento, se viamos todos os dias, todas as horas, se não nos vimos, nós ligavamos um para o outro, a cada meia hora, se possível, a cada minuto. Agosto, setembro e outubro resolvemos namorar sériamente! No começo de novembro iriamos fazer 1 mês juntos e queriamos comemorar de uma forma diferente, queriamos viajar! Resolvemos ir para Brasília. Chegou o exato dia, um dos mais esperados para nós, iamos sozinhos, e seria apenas nós dois, por três semanas. Saímos cedíssimo de casa, fomos ao aéroporto, e entramos no avião. Estavamos com um certo presentimento, mas como estavamos apenas nós dois, não havia presentimento que me deixasse entrigado. Estavamos voando á mais ou menos horas do Rio, quando ouvimos a aéro-moça dizer para aperta os cintos pois estavamos prestem a cair. Dito e feito, caímos! Segurei firme a mão dela, e a última coisa que eu disse foi "Promete pra mim que nunca vai me esquecer, que em qualquer vida vamos se ver, e tudo vai ser perfeito, outra vez?" Ela balançou a cabeça que sim, caímos e morremos. Essa foi a nossa história de mesês, trágica, mas enfim felizes. Bom, como prometido não iria esquecer dela jamais, á amaria eternamente, e na próxima vida iria encontra-lá. O único problema era: Aonde iria encontra-lá? Ela estava no céu ou já encontrou uma próxima vida? Ela estava próxima de mim? Ainda morava no Rio? Ou em São Paulo? No Brasil ou no Estados Unidos? Muitas perguntas vieram em minha cabeça, resolvi perguntar para meus antepassados, eles já viveram mais 102 anos na Terra! Perguntei, e a única coisa que me disseram foi "Seu coração sabe o caminho!" Tudo bem, mas como? Nenhuma dica? Algum presentimento? Algo me dizia que ela estava em São Paulo, não me esperando, mas em São Paulo. Ela já tinha filhos, um marido, uma família formada? Resolvi perguntar em meu pensamento para o único que me juntou junto á ela, Deus. Ele disse que ela estava feliz, em São Paulo. Não disse como, apenas em São Paulo, ele disse que me liberava para fazer um breve "visitinha" á ela. Fiquei mais feliz que o normal, agradeci e enfim "fui á São Paulo".